Amigos (as)
Li o artigo na Superinteressante e gostei desta introdução de ‘Animais e Cia’ http://jovempan.uol.com.br/blogs/animaisecia/2009/03/03/tucky-o-cao-assassino/
"Sempre que leio algo bem escrito tenho vontade de ser, de escrever igual, etc., mas quando é de um assunto que me toca no coração, aí não tem jeito: vou reproduzir.
O texto é muito bom, é da Revista superinteressante do mês de Março/2009 (vendo a capa vocês entenderão)… o jornalista Sérgio Gwercman é o redator-chefe da revista maravilhosa"
O Tucky deve ter sido o pior cachorro que passou pela face da Terra. No mínimo, foi o mais barulhento: ele latia um latido agudo sempre que eu chegava de uma noitada, ou que uma visita passava pela porta da sala. Perdi a conta das vezes que me mordeu o dedo - porque era mordendo que ele respondia ao cafuné que eu fazia para agradá-lo.
Meus amigos apelidaram de Chucky, injustiça com o brinquedo assassino, nem de longe tão agressivo quanto era nosso poodle toy.
Tucky também era uma nimal inteligente. A ponto de saber que não deveria fazer xixi pela casa e fazer mesmo assim. Só para provocar. Era comum deitar para dormir e sentir um cheiro estranho no meu travesseiro. Xixi.
Certa vez, encontrei montinhos em cima do colchão. Cocô.
E então um dia aconteceu de o Tucky morrer.
Foi em grande estilo: deu seu último suspiro enquanto toda a família estava à mesa para o jantar de sexta-feira.
Minha irmã encontrou o defunto quando se levantou para ir ao banheiro.
Foi um dos dias mais tristes da história lá em casa.
O pessoal chorou de verdade - eu inclusive.
Porque com o Tucky não tinha esse papo de ser o melhor amigo do homem. Todos nós sabíamos que ele era um de nós, membro da integral da família.
O que sentíamos era amor incondicional,desses que sobrevivem a qualquer cagada obstáculo. E amor assim a gente só entrega aos familiares.
Fosse o Tucky um amigo, eu já teria deixado de ligar para ele há anos.
Ir ao enterro?
Sem chance.
Isso para não falar nos outros animais que dividiram a casa conosco. O dia que nossos periquitos “fugiram” foi igual a qualquer outro.
O peixinho foi parar no lixo menos de 5 minutos após deixar este mundo, e ninguém derramou uma lágrima.
Os jabutis, eu não sei que fim levaram.
Mas a morte do Tucky foi diferente.
Para a família, ela é nosso 11 de Setembro, nossa morte do Tancredo, nossa chegada à Lua.
O dia que jamais esqueceremos.
Tudo isso por um cachorro que mordia quem tentava lhe fazer cafuné.”
JORNALISTA SERGIO GWERCMAN, SUPERINTERESSANTE TUCKY, O CÃO ASSASSINO
terça-feira, 7 de abril de 2009
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