terça-feira, 8 de dezembro de 2009

TEMPOS DIFÌCEIS

Tempos difíceis!...

Progresso não se discute. A gente aceita e aproveita. Mesmo porque depois que algo novo muda sua vida, não há como voltar atrás. Ou alguém acredita que pode viver sem o computador, o celular, o microondas e outros brinquedinhos modernos?
Eles podem não serem imprescindíveis. Eu mesma, já vivi um tempão sem essas engenhocas e não morri! Mas agora, quando um deles não funciona, fico órfã.
E órfã histérica porque costumo dar murros em aparelhos e equipamentos que não funcionam. O engraçado é que eles me obedecem. Um murro na impressora e ela volta ao normal. O celular adora uns tapas e assim caminho entre o equipamento moderno e a tática da idade-da-pedra.

Mas, há algo estranho neste mundo modernoso.

Mudei de casa, vocês sabem, e fiquei pasma com a falta de caráter, de profissionalismo e principalmente de palavra dos detentores da instalação dessas engenhocas modernas.
Porque se o progresso trouxe conforto, também trouxe pessoas esquisitas que não cumprem o que prometem, não são educadas com o cliente, não conhecem tempo e não dão a mínima para o seu tempo, a sua palavra. Só gostam mesmo é da sua grana!
Senão vejamos:

- vocês sabem que imóveis para vender (não sei para alugar também) aparecem em diversos sites de imobiliárias com valores diferentes? Quer dizer, se você não faz pesquisa em todos, confere em todos se é ou não o mesmo imóvel, você pode comprar na imobiliária YY , por 200.000,00 e não sabe que na imobiliária XX , o apartamento estava sendo oferecido por 190.000,00. Quase pago R$ 10.000,00 a mais num caso assim. Há uma série de explicações para isso, como comissão do corretor e outros blás, blás, mas considero falta de palavra do proprietário permitir uma perda dessas pelo comprador! Resolvi vender o meu imóvel. A comissão do corretor era minha responsabilidade, não dei exclusividade para as corretoras mas mantive o valor!
Considero minha palavra algo tão importante como respeitar a Lei !

Minha sorte é que sou virginiana e bibliotecária e portanto muito, muito espertinha para lidar com a informação. Para cada imóvel, eu passei noites procurando nos sites, indo ao local pessoalmente e enfrentando corretores. Infelizmente a lei da praça não tem estofo. É vazia, vale a lei do Gerson...
Coisa de gentinha moderna...

- o marceneiro que comprou os móveis antigos de minha avó, além de parecer dois dias depois do combinado, na hora de levar os móveis “resolveu” que pelo preço queria também outros móveis. Isso porque já tinha vindo conhecer o material e fechado o preço e os móveis que iria levar... Um bruta homem, minha gente! Uns 1,90m de altura, tipo lenhador, cheio de músculos, jovem, voz grossa e... sem palavra ! Eu, sozinha, nos meus 1,55m, senhora que já tem prioridade de atendimento, tive que me fantasiar de leoa, falar grosso ( foi difícil!) e colocar o indivíduo no seu lugar! Levou o que combinamos, pagou o que combinamos, mas só depois que acabei com a possibilidade dele ser macho! Na dúvida, resolveu agir como HOMEM de palavra, mas percebi que corri sério risco de vida. Nesse mundo moderno você pode morrer na hora de vender móveis antigos. Fala sério!

- a Comgás, só apareceu no novo apartamento ( levou um mês !) depois que escrevi um romance raivoso para a ouvidoria. Mania esquisita essa de empresas que têm o monopólio de contratarem funcionários incompetentes e que só depois de ameaças, de acionar o PROCON , é que resolvem o problema. E resolvem rapidinho. Só querem mesmo aborrecer o cliente? Nova técnica de venda? Porque eu quero um aquecedor. Quero comprar. Não é pedido de doação !

-sabem a propaganda da Neosaldina? Aquela da dor-de-cabeça porque o pintor sumiu no meio da reforma? È a pura verdade! O que contratei também sumiu! Deixou até alguns pincéis de lembrança. E é claro: só fez isso porque me contou uma triste história de filho doente e eu paguei adiantado! Nesse caso de doença de filho, a minha esperteza de virginiana e bibliotecária não funcionou. A maternidade falou mais alto e eu levei “bolo” do mau-caráter. Espero que ele tenha uma mãe... Melhor : espero que em outra encarnação ele seja uma mãe que precisa de um pintor. Quem sabe o pintor poderá ser eu reencarnada ?...Hummmm!

Nem vou me estender porque acho que a “coisa” é comum. Prestadores de serviços realmente não têm palavra. É um modo de viver que apareceu com as facilidades do progresso.

Mas ... e a falta de educação das pessoas , também faz parte do mundo moderno ?

Nem vou falar de jogar lixo na rua, xingar no trânsito, empurrar as pessoas para passar na frente e outras jóias de individualidade de baixo nível.
O maior problema é a ingerência descabida na vida dos outros sem que se tenha um mínimo de intimidade para isso.
Exemplos:

- é falta de educação não aceitar um pedido para não se fazer algo que o outro (a) não goste. A pessoa não gosta de bombinhas de festa junina. Vai o mal-educado e solta bombinha no ouvido dela(!) . Não gosto de tirar fotos. Na me venham com máquinas fotográfica caçando closes que não autorizei. Deixem-me em paz! Ninguém vai ficar melhor ou mais rico, tirando fotos minhas ! Preciso brigar para ser respeitada ?

- é falta de educação pedir, dar notícias ou fazer perguntas ou fofocas sobre ex-maridos (ex-esposas) dos outros. Isso é assunto de foro íntimo e não é conversa para se ter quando se encontra em clubes, restaurantes, festas, velórios , batizados e principalmente no meio de um monte de desconhecidos que ficam sabendo da sua vida porque algum malevolente resolveu aparecer na cena. Tenho certeza de que a intenção é tirar o prestígio da vítima. Sempre me parece ardil de invejoso...

- é falta de educação falar ou perguntar do pai ou mãe para os filhos abandonados.
Além de falta de educação é também falta de caridade!
E há os que se julgam no direito de tecer comentários na absurda idéia de que devem defender um ou outro dos progenitores! Como se tivessem sido testemunhas oculares do relacionamento dos pais ou se julgam responsáveis pelos filhos dos outros.
Gentinha!
Isso num restaurante. Pensem no constrangimento desses filhos!
A menos que o interessado entre no assunto, por favor, fiquem calados.
É feio, é de mau gosto. É falta de sensibilidade.

- é falta de educação perguntar ou afirmar que a pessoa está muito gorda, com barriga, com rugas ou muito magra, ou muito pálida com os cabelos estragados ou qualquer palavra que lembre á vítima que ela não está de acordo com o modelo globalizado.
Eu, por exemplo, tenho artrose. Não é minha culpa. É hereditário. Não escolhi envelhecer entortando os pés e a coluna. Tomo cortizona para a dor e sou obrigada a empurrar a coluna para frente para me equilibrar sobre pés e quadris doentes. Acho um saco as pessoas tecerem comentários (para mim!) sobre a minha aparência e eu ter que explicar a todo momento que estou inchada pela cortizona, , e que o meu corpo está projetado para frente formando barriga porque a minha mobilidade é difícil.
Aliás nem explico.
Mentalmente jogo uma boa praga na saúde da pessoa inconveniente e rezo para o Deus dos justos.

Ali.as, ouvi por aí que Deus não é bom.
ELE É JUSTO!

Então tá. É só esperar!
Os tempos são difíceis, mas há uma justiça acima dos tempos...