terça-feira, 31 de março de 2009

Voluntários USP - Vagas para tratamento de câncer

Voluntários USP - Vagas para tratamento de câncer

Repassem, pois sempre podemos ajudar alguém!

A Dra. Luciana Cini, está colocando a disposição vagas para tratamento de câncer.

Se souber de alguém que necessite deste tipo de tratamento é só ligar para ela.

Amigos, estar doente, já é horrível.
Imagine estar com Câncer Gástrico e não ter convênio ou meios para realizar o tratamento.
Por amor, repassem esta mensagem.

Dispomos de 15 vagas para pacientes com Câncer de estômago, esôfago, duodeno e intestino. Tratamento completo, na Gastrooncologia, com Dr. Fonseca, diretor da Oncologia do Hospital Heliópolis, aluno do Hospital do Câncer.

Se vocês souberem de alguém que tem esse diagnóstico, me encaminhe por favor!
Não há fila de espera.
Dra. Luciana Cini tel.: (11) 9563 5430 / (11) 4975 2309
Não Custa Nada Divulgar

segunda-feira, 30 de março de 2009

Para consultar

A Carla ( nossa versão da Nicole Kidman) nos enviou a informação abaixo.
E eu que sou bibliotecária consciente, dissemino para vocês:


Estou enviando para vocês, um Link de acesso a todas as revistas Veja, editadas pela Abril nesses últimos 40 anos.
Da capa à contra-capa, incluindo todas as páginas. É um trabalho impressionante e creio que servirá como fonte de consulta e garimpagem de dados para efetivação de eventuais trabalhos de pesquisa.
Todas as edições de VEJA poderão ser consultadas na íntegra na web. A revista VEJA abre todo o seu acervo de 40 anos de existência na internet.
Todas as edições poderão ser consultadas na íntegra em formato digital no endereço http://veja.abril.com.br/acervodigital/
A revista liberou o acervo em comemoração ao seu aniversário de 40 anos.
A primeira edição de VEJA foi publicada em 11 de setembro de 1968.
O sistema de navegação é similar ao da revista em papel: o usuário vai folheando as páginas digitais com os cliques do mouse.
O acervo apresenta as edições em ordem cronológica, além de contar com um sistema de buscas, que permite cruzar informações e realizar filtros por período e editorias. Também é possível acessar um conjunto de pesquisas previamente elaborado pela redação do site da revista, com temas da atualidade e fatos históricos.
Com investimento de R$ 3 milhões, o projeto é resultado de uma parceria entre a Editora Abril e a Digital Pages e levou 12 meses para ficar pronto.
Mais de 2 mil edições impressas foram digitalizadas por uma equipe de 30 pessoas. O banco Bradesco patrocinou a iniciativa.
Recomendem e repassem (se for o caso) aos seus filhos, familiares e amigos.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Bar ruim é lindo!

por Antonio Prata

Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins. Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de cento e cinqüenta anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de cento e cinqüenta anos, mas tudo bem).

No bar ruim que ando freqüentando ultimamente o proletariado atende por Betão – é o garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas, acreditando resolver aí quinhentos anos de história.

Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar “amigos” do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura.

– Ô Betão, traz mais uma pra a gente – eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte dessa coisa linda que é o Brasil.

Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte dessa coisa linda que é o Brasil, por isso vamos a bares ruins, que têm mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gâteau e não tem frango à passarinho ou carne-de-sol com macaxeira, que são os pratos tradicionais da nossa cozinha. Se bem que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gâteau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda.

Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, gostamos do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne-de-sol, uma lágrima imediatamente desponta em nossos olhos, meio de canto, meio escondida. Quando um de nós, meio intelectual, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectuais, meio de esquerda, freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim.

O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e, um belo dia, a gente chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e, principalmente, universitárias mais ou menos gostosas. Aí a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó. Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevette e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico. E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo.

Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantêm o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam cinqüenta por cento o preço de tudo. (Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato). Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae. Aí eles se dão mal, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão Brasil, tão raiz.

Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda em nosso país. A cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelos Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gâteau pelos quatro cantos do globo. Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda que, como eu, por questões ideológicas, preferem frango à passarinho e carne-de-sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca, mas é como se diz lá no Nordeste, e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o Nordeste é muito mais autêntico que o Sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é bem mais assim Câmara Cascudo, saca?).

– Ô Betão, vê uma cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?
__________________________________________________________

Antonio Prata
Nasceu em São Paulo, em 1977. Estreou na literatura com Cabras,um relato de viagem escrito em conjunto com três amigos. Além de sua precoce carreira literária, ele escreve para revistas e TV. É co-autor de dois episódios de Sexo Frágil, sitcom sobre o universo masculino exibido na Rede Globo. É filho do escritor Mário Prata e de Marta Góes. Atualmente, estuda Ciências Sociais na PUC e escreve para sites e revistas, como a Capricho. Segundo ele, o maior requisito para alguém se tornar escritor é “ter vivido bastante, ou então ser um gênio”.
Algumas obras do autor:
· As pernas da Tia Corália - 2003;
· Estive pensando;
· Douglas e outras histórias;
· O inferno atrás da pia.

domingo, 15 de março de 2009

Zona Oculta

Pessoal,

A Sílvia Santiago, uma das minhas amigas artistas e famosas, mandou-me
o convite abaixo , que estendo a vocês.


Caríssimo(a)s

Encaminho convite da 6a edição da exposição *Zona Oculta* no* SESC NovaIguaçu*.
Pelo sexto ano consecutivo de parceria com o SESC, estamos desenvolvendo um
importante trabalho de formação de publico e valorização da arte contemporânea produzida pelas artistas mulheres.
Já participaram do projeto *Zona Oculta* 187 artistas.abertura: 06 de março de 2009
exposição: 07 de março a 05 de abril de 2009
horario de visitação: 08:30h a 16:30
hwww.zonaoculta.com.brhttp://br.youtube.com/watch?v=IV6nCbFfEIM

domingo, 8 de março de 2009

Sentimentos inadmissívis

Quando os sentimentos tornam-se inadmissíveis:: Bel Cesar ::

Em tibetano, a palavra Chog Shes significa aceitação da vida simplesmente como ela é, isto é, manter um relacionamento direto com nossas experiências sejam de alegria, medo, expectativas ou ressentimentos.
Chog Shes é, portanto, a ausência de neurose, pois, quando estamos neuróticos, fazemos exatamente o contrário: rejeitamos a vida como ela é.

Em geral, quando algo nos desagrada, nossa primeira reação é dizer:
- "Não acredito!".
Na tentativa de não sofrer, buscamos, sem nos dar conta, métodos para nos anestesiarmos da frustração eminente. Alguns desses métodos podem funcionar temporariamente, mas quando somos tomados pela indignação estamos fadados a sofrer mais, pois estamos exagerando, pondo fogo no fogo de emoções que já estão fervilhando dentro de nós.
Quando lidamos com as emoções tal como elas chegam até nós, começamos a atenuar nossa visão neurótica da vida.
O segredo está em não resistir ao que emerge em nós e, ao mesmo tempo, saber não adicionar algo a mais a esta experiência.Mas não é tão simples assim, uma vez que fomos educados para sermos bons e eficientes e, por isso, aprendemos a ver nossos defeitos como inaceitáveis!Não aprendemos a nos auto-acolher ou a termos compaixão por nós mesmos.
Como não sabemos como lidar com nossos defeitos, passamos a rejeitá-los, e rejeitando a nós mesmos, rejeitamos a vida!
Podemos reconhecer que estamos nos perdendo quando exageramos nossas reações emocionais. Por exemplo, quando nos pegamos dizendo:
- "Eu não devia estar sentindo isso",
- "Não acredito que fiz isso de novo",
-"Que vergonha, nunca mais quero mostrar minha cara" ou mesmo
-"Que raiva que ele fez isso comigo de novo"...

Se algo é visto como inaceitável, não tem reparo nem negociação. Então, instintivamente escondemos e negamos estes impulsos inaceitáveis.
Assim, mais uma vez nos afastamos de nós mesmos.

O medo de não ser capaz de lidar com nossa sombra ou de sermos excluídos pelo outro, caso ele a veja, nos leva cada vez mais a negar nosso lado não desenvolvido.
O que não combina com o desenvolvimento do nosso ego ideal, torna-se sombra. Neste sentido, na medida em que procuramos ser bons e fazer o bem, vamos reforçando uma imagem idealizada de nós mesmos.
Desta forma, vamos criando polarizações cada vez mais distintas: "sou assim e não assado". Vamos empurrando para longe de nós o que não somos e sem nos darmos conta, deixamos de cuidar de nossas sombras! Por isso, quando surgem os sentimentos inadmissíveis, temos a oportunidade de encarar de frente o que, até então, estávamos evitando.

Só quando aceitamos sentir o inadmissível, voltamos a ser 'um' em nosso mundo interno. Dizem que Jung teria perguntado a um de seus pacientes:
-"Você prefere ser inteiro ou bom?"

Bel Cesar é terapeuta e dedica-se ao atendimento de pacientes que enfrentam o processo da morte.
Autora dos livros Viagem Interior ao Tibete, Morrer não se improvisa, O livro das Emoções e Mania de sofrer pela editora Gaia.
Visite o SiteEmail: belcesar@ajato.com.br

terça-feira, 3 de março de 2009

Música e Mal de Alzheimer

Estudos feitos nos Estados Unidos indicam que pacientes com Mal de Alzheimer talvez possam retardar o desenvolvimento da condição por meio de musicoterapia.

O pesquisador Petr Janata, da Universidade da Califórnia, monitorou a atividade cerebral de um grupo de voluntários enquanto ouviam música e concluiu que a região do cérebro associada à música também está associada às memórias mais vívidas de uma pessoa.

A área do cérebro parece servir de centro que liga música conhecida, memórias e emoções. Seu estudo foi publicado na edição online da revista científica Cerebral Cortex e será incluído na edição impressa da revista, ainda neste ano.

Segundo Janata, a revelação pode ajudar a explicar por que música pode despertar reações fortes em pessoas com o Mal de Alzheimer.
A região ativada durante o experimento, o córtex pré-frontal (logo atrás da testa), é uma das últimas áreas do cérebro a se atrofiar à medida em que a doença progride. "O que parece acontecer é que uma música conhecida serve de trilha sonora para um filme mental que começa a tocar em nossa cabeça", disse o especialista. "Ela traz de volta as lembranças de uma pessoa ou um lugar, e você pode de repente ver o rosto daquela pessoa na sua mente". "

Agora podemos ver a associação entre essas duas coisas - música e memória". Estimulante Trabalhos anteriores de Janata já haviam indicado que música serve como um potente estimulante no resgate da memória. De forma a aprender mais sobre o mecanismo por trás desse fenômeno, ele reuniu 13 voluntários (estudantes da Universidade da Califórnia) para um novo estudo.
Enquanto os voluntários ouviam trechos de 30 canções diferentes em fones de ouvido, Janata monitorou a atividade em seus cérebros com um exame de ressonância magnética (fMRI).

Para aumentar as chances de que os estudantes associassem ao menos algumas das canções com lembranças do passado, o pesquisador selecionou músicas que foram sucesso no período em que cada voluntário tinha entre oito e 18 anos de idade. Depois de ouvir cada trecho, os participantes responderam perguntas sobre a canção, entre elas, se a música era conhecida, se era boa e se estava associada a algum acontecimento, incidente ou lembrança. Logo após o exame de ressonância magnética, os voluntários completaram um questionário sobre o conteúdo e a vividez das lembranças que cada canção familiar havia despertado. Os questionários revelaram que, em média, cada participante reconheceu entre 17 e 30 trechos. Desses, cerca de 13 eram moderadamente ou fortemente associados com uma lembrança autobiográfica.

Músicas que estavam associadas a lembranças mais importantes foram as que provocaram as respostas mais emotivas. Mais tarde, comparando os questionários com as imagens registradas pelo exame de ressonância magnética, Janata descobriu que o grau de importância da lembrança era proporcional à quantidade de atividade no córtex pré-frontal do estudante.

O experimento confirmou a hipótese de Janata de que esta região do cérebro associa música e memória. Segundo Janata, lembranças de canções importantes do ponto de vista autobiográfico parecem ser poupadas em pessoas com o Mal de Alzheimer. Tendo isso em vista, um dos objetivos do especialista é usar suas pesquisas para desenvolver terapia baseada em música para pessoas que sofrem da condição.

"Equipar pacientes com tocadores de MP3 e listas personalizadas de canções", ele especula, "pode talvez ser uma estratégia efetiva e econômica para melhorar sua qualidade de vida". http://alzheimerpe.wordpress.com/2009/02/25/musica-pode-retardar-alzheimer-diz-estudo/

licença do Office 2007

Quer comprar?

Estou vendendo licença do Office 2007, tenho 2 disponíveis, custam 60,00 cada

respostas para
raquelbaracat@gmail.com

segunda-feira, 2 de março de 2009

Cada povo tem...

Irenilza A. Nããs, minha amiga doutora da Engenharia Agrícola da Unicamp, está divulgando o artigo abaixo que ela recebeu de um colega da Bahia e eu aproveito para passar para os leitores do meu Blog.


TROQUE UM PARLAMENTAR POR 344 PROFESSORES

Prezado amigo!

Sou professor de Física, de ensino médio de uma escola pública em uma cidade
do interior da Bahia e gostaria de expor a você o meu salário bruto mensal:
R$650,00 Eu fico com vergonha até de dizer, mas meu salário é R$650,00. Isso
mesmo! E olha que eu ganho mais que outros colegas de profissão que não
possuem um curso superior como eu e recebem minguados R$440,00. Será que
alguém acha que, com um salário assim, a rede de ensino poderá contar com
professores competentes e dispostos a ensinar?
Não querendo generalizar, pois ainda existem bons professores lecionando,
atualmente a regra é essa: O professor faz de conta que dá aula, o aluno faz
de conta que aprende, o Governo faz de conta que paga e a escola aprova o
aluno mal preparado. Incrível, mas é a pura verdade! Sinceramente, eu
leciono porque sou um idealista e atualmente vejo a profissão como um
trabalho social. Mas nessa semana, o soco que tomei na boca do estomago do
meu idealismo foi duro!
Descobri que um parlamentar brasileiro custa para o país R$10,2 milhões por
ano. São os parlamentares mais caros do mundo. O minuto trabalhado aqui
custa ao contribuinte R$11.545. Na Itália, são gastos com parlamentares
R$3,9 milhões, na França, pouco mais de R$2,8 milhões, na Espanha, cada
parlamentar custa por ano R$850 mil e na vizinha, Argentina, R$1,3 milhões.
Trocando em miúdos, um parlamentar custa ao país, por baixo, 688 professores
com curso superior !
Diante dos fatos, gostaria muito, amigo, que você divulgasse minha campanha,
na qual o lema será:

'TROQUE UM PARLAMENTAR POR 344 PROFESSORES'.

Obrigado !!

Notícas artísticas

Noticias artísticas:

(onde a Sílvia Santiago está expondo)

Exposição na Morada dos Bais em Campo Grande, MS
e no Rio de Janeiro. www.zonaoculta.com.br
Arte contemporânea feita por mulheres artistas.
Vale a pena conferir.

Outra dica da Sílvia para quem for a BH:
“dedicar um dia para visitar o
www.Inhotim.org.br
Mesmo que a pessoa não aprecie arte contemporânea, o espaço é maaaaaravilhoso! Acredite em mim pois tenho termos de comparação por esse mundo a fora.”
Silvia.

A liberdde do vizinho é a nossa também!

Pessoal,

Ainda não assisti o filme
"Milk": o preço da liberdade

mas, a minha amiga Sílvia que é artista e pessoa de sensibilidade aguçada, já me enviou este artigo e eu passo "prá" frente porque é muito bom como tudo o que o Calligaris escreve:

"Milk", o preço da liberdade

CONTARDO CALLIGARIS fsp 26/02/2009

"Para continuarmos livres, é preciso defender a liberdade do vizinho como se fosse a nossa

ASSISTINDO a "Milk - A Voz da Igualdade", de Gus Van Sant (extraordinário Sean Penn no papel de Harvey Milk), lembrei-me de um e-mail que recebi em abril de 2008.

Era uma circular de www.boxturtlebulletin.com (um site sobre os direitos das minorias sexuais), que "comemorava" os 55 anos de um evento sinistro: em 1953, Dwight Eisenhower, presidente dos EUA, assinou um decreto pelo qual seriam despedidos todos os funcionários federais que fossem culpados de "perversão sexual".

Essa lei permaneceu em vigor durante mais de 20 anos: milhares de americanos perderam seus empregos por causa de sua orientação sexual. Fato frequentemente esquecido (um pouco como foi esquecida, durante décadas, a perseguição dos homossexuais pelo nazismo), nos anos 50, no discurso do senador McCarthy, a caça às bruxas "comunistas" se confundia com a caça às bruxas homossexuais.

Por exemplo, uma carta do secretário nacional do Partido Republicano (citada na circular) dizia: "Talvez tão perigosos quanto os comunistas propriamente ditos são os pervertidos escusos que infiltraram nosso governo nos últimos anos".
Essa não era uma posição extrema: na época, a revista "Time" defendeu o projeto de despedir todos os homossexuais que trabalhassem para o governo federal.

É nesse clima que, nos anos 70, em San Francisco, Milk se tornou o primeiro homossexual assumido a ser eleito para um cargo público. Poderia escrever sobre as razões que, quase invariavelmente, levam alguém a querer esmagar a liberdade de seus semelhantes. O segredo (de polichinelo) é que muitos preferem odiar nos outros alguma coisa que eles não querem reconhecer e odiar neles mesmos. E poderia contar a história de Roy Cohn, braço direito de McCarthy, que morreu, em 1984, odiando e escondendo sua homossexualidade e gritando ao mundo que a causa de sua morte não era a Aids (ele foi imortalizado por Al Pacino na peça e no filme "Anjos na América", de Tony Kushner).

Mas, depois de assistir a "Milk", estou a fim de festejar o caminho percorrido em apenas meio século: o mundo é, hoje, um lugar mais habitável do que 50 anos atrás. Aconteceu graças a milhares de Harvey Milks e a milhões de outros que não precisaram ser nem homossexuais nem comunistas nem coisa que valesse: eles apenas descobriram que só é possível proteger a liberdade da gente se entendermos que, para isso, é necessário defender a liberdade de nosso vizinho como se fosse a nossa.

Nos anos 70, quase decorei a carta aberta que James Baldwin (escritor, negro e homossexual) endereçou a Angela Davis (jovem filósofa, negra e militante), quando ela estava sendo processada por um assassinato que não cometera, e o risco era grande que o processo acabasse em uma condenação "exemplar".

Baldwin lembrava as diferenças de história, engajamento e pensamento entre ele e Davis, para concluir: "Devemos lutar pela tua vida como se fosse a nossa - ela é a nossa, aliás - e obstruir com nossos corpos o corredor que leva à câmara de gás. Porque, se eles te pegarem de manhã, voltarão para nós naquela mesma noite". Os direitos fundamentais não são direitos de grupo, eles valem para cada indivíduo singularmente, um a um. É óbvio que grupos particulares (constituídos por raça, orientação sexual, ideologia, etnia etc.) podem e devem militar coletivamente pelos direitos de seus membros, mas, em uma sociedade de indivíduos, a liberdade de cada um, por "diferente" que ele seja, é condição da liberdade de todos.

Por quê?

Simples: se meu vizinho, sem violar as leis básicas da cidade, for impedido de ter a vida concreta que ele quer, então meu jeito de viver poderá ser tolerado ou até permitido, mas ele não será nunca mais propriamente meu direito.

"Milk" é um filme sobre um momento crucial na história das liberdades, mas não é um filme "arqueológico". A gente sai do cinema com a sensação renovada de que a militância libertária ainda é a grande exigência do dia.

Ótimo assim.

Um amigo me disse recentemente que eu dou uma importância excessiva à contracultura dos anos 60/70. Acho, de fato, que ela foi a única revolução do século 20 que deu certo e, ao dar certo, melhorou a vida concreta de muitos, se não de todos.
Acho também que suas conquistas só se mantêm pelo esforço cotidiano de muitos.

Afinal (quem viu o filme entenderá), surge uma Anita Bryant a cada dia.
ccalligari@uol.com.br

domingo, 1 de março de 2009

BBB=TV para desocupados e nivelados aos particpantes

O artigo é uma reflexão sobre a pobre condição humana da qual Sheakspeare já mostrava em seus escritos e o Miguel Reale atualiza. Tempos modernos agora significam não só a incompetência, a roubalheira, mas também a negação da ética, de dignidade e dos bons hábitos ( e não estou falando de escovar os dentes após as refeições....) A Globo e outros iguais estão ensinando com sucesso, o ser humano a vender sua porção divina em troca de dinheiro!
Isso me dá um medo!!!!

Programas como Big Brother indicam a completa perda do pudor, ausência
de noção do que cabe permanecer entre quatro paredes. Desfazer-se a
diferença entre o que deve ser exibido e o que deve ser ocultado.
Assim, expõe-se ao grande público a realidade íntima das pessoas por
meios virtuais, com absoluto desvelamento das zonas de exclusividade.
A privacidade passa a ser vivida no espaço público.

O Big Brother Brasil, a Baixaria Brega do Brasil, faz de todos os
telespectadores voyeurs de cenas protagonizadas na realidade de uma
casa ocupada por pessoas que expõem publicamente suas zonas de vida
mais íntima, em busca de dinheiro e sucesso. Tentei acompanhar o
programa. Suportei apenas dez minutos: o suficiente para notar que
estes violadores da própria privacidade falam em péssimo português
obviedades com pretenso ar pascaliano, com jeito ansioso de serem
engraçadamente profundos.
Mas o público concede elevadas audiências de 35 pontos e aciona,
mediante pagamento da ligação, 18 milhões de telefonemas para
participar do chamado "paredão", quando um dos protagonistas há de ser
eliminado. Por sites da internet se pode saber do dia-a-dia desse
reino do despudor e do mau gosto. As moças ensinam a dança do bumbum
para cima. As festas abrem espaço para a sacanagem geral. Uma das
moças no baile funk bebe sem parar. Embriagada, levanta a blusa, a
mostrar os seios. Depois, no banheiro, se põe a fazer depilação. Uma
das participantes acorda com sangue nos lençóis, a revelar ter tido
menstruação durante a noite. Outra convivente resiste a uma conquista,
mas depois de assediada cede ao cerco com cinematográfico beijo no
insistente conquistador que em seguida ridiculamente chora por ter
traído a namorada à vista de todo o Brasil. A moça assediada, no
entanto, diz que o beijo superou as expectativas. É possível conjunto
mais significativo de vulgaridade chocante?
Instala-se o império do mau gosto. O programa gera a perda do respeito
de si mesmo por parte dos protagonistas, prometendo-lhes sucesso ao
custo da violação consentida da intimidade. Mas o pior: estimula o
telespectador a se divertir com a baixeza e a intimidade alheia. O Big
Brother explora os maus instintos ao promover o exemplo de bebedeiras,
de erotismo tosco e ilimitado, de burrice continuada, num festival de
elevada deselegância.
O gosto do mal e mau gosto são igualmente sinais dos tempos,
caracterizados pela decomposição dos valores da pessoa humana,
portadora de dignidade só realizável de fixados limites
intransponíveis de respeito a si própria e ao próximo, de preservação
da privacidade e de vivência da solidariedade na comunhão social. O
grande desafio de hoje é de ordem ética: construir uma vida em que o
outro não valha apenas por satisfazer necessidades sensíveis.
Proletários do espírito, uni-vos, para se libertarem dos grilhões da
mundialização, que plastifica as consciências.”

Miguel Reale Júnior, advogado, professor titular da Faculdade de
Direito da USP, membro da Academia Paulista de Letras.
O Estado de São Paulo, 02 de fevereiro de 2008.

(artigo me foi enviado pela minha Super Prima Zulima, o que prova que na minha família há maravilhosos seres bem pensantes. Obrigada, prima!)

Operação Valkiria : ordem facista no cinema ?

Fui assistir Operação Valquíria (Valkyrie, EUA, Alemanha, 2008) com Tom Cruise:
“Baseado em fatos reais, passados durante a Segunda Guerra Mundial, o filme descreve a ação de um grupo de oficiais que planeja assassinar Hitler. O momento adequado é em 20 de Julho de 1944, quando Hitler faz discurso durante uma conferência. Um de seus oficiais, o coronel Claus von Stauffenberg (Cruise), sai do local na surdina deixando ali uma bomba.”

(resumo disponível em : epipoca.uol.com.br/filmes_detalhes.php?idf=19263)

Gostei do filme. Embora pesadão, dá para entender toda a trama e confesso :
fiquei sob tensão o tempo todo e o final é emocionante.
É para isso que serve o Cinema!
Logo que cheguei em casa, recebi do Boletim Carta Maior o artigo que reproduzo para vocês. É uma crítica aos filmes que atualmente mostram que mesmo na Alemanha Nazista havia alemães tentando impedir a dominação de Hitler.
Ainda não tenho uma opinião formada a respeito da proliferação destes filmes e qual a real intenção de suas mensagens.
Tão perigoso não ter idéia pessoal formada!
A mídia com toda a sua tecnologia nas mãos erradas consegue fazer lavagem cerebral até nos mais inquietos pensantes deste mundo.
A reprodução do artigo do Luís Carlos Lopes é somente mais uma idéia a ser considerada. O que você acham ?


DEBATE ABERTO
A ordem fascista e o cinema
Vêm sendo lançados vários filmes sobre o nazifascismo. Alguns poucos mantêm a perspectiva crítica e chegam a denunciar a presença destas ideologias como um fenômeno contemporâneo. Vários vêm operando no sentido contrário. Revisam a história e a crítica e as relativizam.
Luís Carlos Lopes
Há quem ache estranho ainda se falar de acontecimentos remotos como a Segunda Guerra Mundial, terminada em 1945. Para as atuais gerações, deve parecer pré-histórico comentar o nazismo alemão e o fascismo italiano, tanto tempo já passado. Quem viveu esta época tem mais de setenta anos e ainda assim era bem jovem, quando, enfim, a Alemanha foi derrotada, Mussolini já havido sido pendurado de cabeça para baixo em uma praça de Milão e a bomba atômica já havia sido lançada tragicamente em Hiroshima e Nagasaki. Quem conheceu sua lenta maturação, desde a década de 1920, ou já faleceu, ou está na mais bela das idades. Como as novas gerações são cada vez mais desligadas da palavra escrita, é bem provável que muitos quase nada saibam sobre tudo isto. Devem possuir imagens registradas em seus cérebros, todavia, desacompanhadas de uma maior compreensão do que se passou. Ver nos dias as marcas vivas deste passado, não é tarefa fácil. O presentismo, tal como Hobsbawm o entendeu, campeia sem maiores problemas nas novas mídias e nas consciências dos jovens. Acredita-se que o presente saiu do nada e que o passado não o forjou e não o influencia. Estas idéias, é bom lembrar, foram inculcadas e nada têm de natural. Isto facilita as coisas para as várias formas de poder atuais, que se inspiram no passado e não podem revelar a origem do que pensam. O fascismo e o nazismo foram, antes de tudo, ideologias políticas que buscavam ironicamente uma terceira via entre o comunismo soviético e o liberalismo ocidental. Ambas empolgaram o poder nos países onde foram criadas e desenvolvidas. Suas práticas ganharam contornos próprios e especificidades relativas aos lugares onde se desenvolveram. Espalharam-se, como um veneno, pelo mundo da época, tendo defensores e representantes diretos e indiretos por toda parte. O comunismo teve no estalinismo e suas variações nacionais a sua vertente própria, a do chamado fascismo vermelho. Outros exemplos podem ser igualmente elencados de uso de soluções autoritárias, em nome da democracia dos trabalhadores e de uma leitura dogmática dos clássicos marxistas. No Brasil, os integralistas da década de 1930 desenvolveram um credo e um conjunto de práticas similar ao nazifascismo. Este partido, de há muito desaparecido, formou parte substantiva das direitas brasileiras. Em inúmeros países, surgiram defensores e imitadores das prédicas de Hitler e Mussolini. Mesmo depois da derrota na Guerra, não poucos continuaram a insistir na mesma tecla e a prolongar regimes políticos com inspiração nas mesmas ideologias. Partidários destas idéias se organizaram em partidos com nomes diversos e trouxeram até o mundo atual a defesa do mesmo ideário ou de algo próximo ao passado. Nem sempre, eles se apresentaram ou se apresentam como tal. Nem sempre é de bom tom dizer de onde se veio. Todavia, não é difícil identificá-los, até mesmo, bem disfarçados como membros de partidos que se dizem democráticos.Como o fascismo é anterior ao nazismo e seu nome é mais genérico e, praticamente desligado do país específico que o gerou, é comum falar-se do primeiro para designar, ainda hoje, quem defende idéias e práticas assemelhadas. No mundo em que se vive, o fascismo está presente nos que postulam soluções políticas autoritárias, que dispensam a participação popular. Eles adoram a ordem, bem como, se pudessem, submeteriam todos aos choques restauradores do que consideram como ordem natural do mundo. Comumente, eles santificam a família e a propriedade e são contrários a qualquer medida que modernizem estas velhas instituições e seus mil e um problemas. Acham natural a repressão estatal, menos, quando o Estado democrático os questiona.Eles têm pavor do pensamento crítico e, se pudessem, encarcerariam qualquer um que seja independente ou milite pelo esclarecimento geral da sociedade. Os velhos autos-de-fé da Santa Inquisição foram reabilitados no fascismo. Eles destruíam livros, frutos do pensamento crítico, e abominavam quem os lessem ou os escrevessem. No contexto das ditaduras mais recentes, os detentores do poder usaram da censura oficial de Estado para controlar as mídias e as artes de qualquer tipo. Felizmente, isto passou, entretanto, os novos fascistas continuam a disseminar a censura, agora cautelosa e invertida. Em vários lugares a prática da censura deixou de ser feita pelo Estado – ainda existem espaços onde ela persiste, mas, permaneceu na ação do mercado e dos grupos sociais que controlam, por exemplo, a pesquisa feita com o auxílio de agências governamentais. Quem é a favor da ordem consegue mais facilmente verbas públicas e publica seus trabalhos sem maiores problemas, mesmo que não tenham qualquer relevância social, política ou filosófica. Quem é contra e possui uma visão crítica dos problemas sociais têm imensas dificuldades de pesquisar o que considera realmente importante. Obviamente, em alguns países ocidentais o grau de liberdade é maior do que em outros.Isto ocorre, mesmo que se possa provar que está falando de problemas de alta significação para a vida real de um país. Obviamente, os novos censores jamais dizem que estão censurando. Cercam suas decisões de todo um aparato burocrático capaz de esconder seus reais significados. Obviamente, há quem rompa o cerco e consiga se manifestar. Hoje, com o fim das ditaduras latino-americanas, isto, por aqui, ficou bem mais fácil, mas não sem problemas. Os fascistas sempre glorificaram a mediocridade intelectual, demonizando qualquer forma de ciência ou de arte engajada ou, apenas, comprometida com um conhecimento ou uma estética a favor da humanidade. Na busca brutal de construir alternativas ao patrimônio científico e artístico humano, eles cometeram inúmeras barbaridades e louvações ao que era mais superficial e incapaz de despertar a inteligência humana. Por isto, compreende-se seus imensos esforços para impedir o florescimento do saber e da arte, onde estiveram ou ainda estão presentes com algum poder. Eles se sentem muito ameaçados por qualquer inflexão do pensamento, que não controlem.Historicamente, coube ao nazifascismo dar um impulso imenso às técnicas de propaganda política. Nelas, o convencimento era obtido pelo forte uso da retórica de Estado, mentindo-se deliberadamente para se conseguir o que se desejava. Um acontecimento marcante da Alemanha nazista foi o incêndio proposital (1933) do Reichstag parlamento atribuído à oposição comunista. Tal ato foi fortemente acompanhado de intenso barulho propagandístico, que lembra o caso recente das pretensas armas de destruição em massa, jamais achadas em território iraquiano. No primeiro caso, o partido nazista aumentou o seu poder. No segundo, não houve maiores obstáculos à invasão, ocupação militar e à apropriação das jazidas petrolíferas do Iraque. Essas técnicas, hoje fortemente usadas pela publicidade comercial, devem à experiência germano-italiana um tributo de criação. Tal como dizia Goebbels, ministro da propaganda de Hitler, aqui adaptado, uma mentira repetida mil vezes, torna-se uma verdade. O fascismo líquido é o que mais se observa no tempo presente. Ele não tem mais, necessariamente, bandeiras, camisas e líderes maiores. Não se apresenta como tal, ao contrário, esconde-se atrás da bandeira da democracia e se diz partidário da modernização e da moralidade. Os fascistas liquefeitos de hoje escorrem, evitando o confronto ideológico direto e não revelam o que pensam do passado, dos fatos e das pessoas que admiram secretamente. Quando são confrontados, negam e tentam inverter a acusação. Não raro, há fascistas que não sabem exatamente a origem do que defendem, simplesmente foram capturados pela propaganda eficiente e formadora de parte substantiva das mídias contemporâneas. Nela, os fascistas líquidos encontram um abrigo seguro para o desenvolvimento de suas prédicas. O que precisam é agir com cuidado, para que suas máscaras não caiam, os deixando a descoberto.O fascismo sólido é um problema do passado, o que não impede que alguns discursos e medidas atuais o lembrem fortemente. Dentre elas, destacam-se: o ultra-nacionalismo belicista radical, apoiado na idéia da grande nação detentora natural do poder sobre as demais; o racismo de Estado e o disseminado no tecido social; a crítica virulenta aos direitos humanos, garantidos no pós-Guerra pela ONU, e considerados fundamentais pela consciência crítica universal, bem como o desrespeito costumeiro deste princípio legal. Não há nada de líquido em defender e praticar a tortura, construir e manter campos de concentração, encarcerar pessoas por delitos de opinião, perseguir imigrantes, matar trabalhadores sem-terra e religiosos que os defendem; tratar de modo discriminatório negros, idosos, mulheres, crianças, homossexuais, etc. Como se vê, exemplos não faltam, e os leitores já devem estar pensando em outros. Vêm sendo lançados vários filmes sobre o nazifascismo. Alguns poucos mantêm a perspectiva crítica e chegam a denunciar a presença destas ideologias como um fenômeno contemporâneo. Vários vêm operando no sentido contrário. Revisam a história e a crítica e as relativizam. Já se viu na tela grande um pouco de tudo. Filmes que falam de: oficiais da SS com pena dos judeus e com profundo senso moral, vítimas das circunstâncias; policiais responsáveis por centenas de mortes que não sabiam bem em que estavam metidos; pessoas que conviveram com o a elite dos demônios nazistas e não se davam conta o que estavam fazendo ali; um conde nazista e seus comparsas que quiseram matar o capo, porque sabiam que guerra estava perdida e queriam se safar. Todos muito bem feitos e estrelados por atores, por vezes, de primeira grandeza. Defender o fascismo com delicadeza e inteligência dá o tom destas produções que têm muito mais a ver com a realidade atual, do que com os contextos usados para desenvolver as tramas narradas. São mais raros, mas existem, os bons filmes que contam a incrível história dos que realmente resistiram, desde o primeiro momento, e do preço que pagaram por corajosamente ousarem a se confrontar com o poder. Ainda, mais incomuns, são os como o francês intitulado A Questão Humana que investiga a presença insuspeita da mesma ideologia no seio de empresas avançadas e contemporâneas. Estas utilizariam, segundo o filme, técnicas de organização e de reengenharia que lembram as da época do nazifascismo. A indústria cultural cinematográfica produz mercadorias e, ao mesmo tempo, arte. Quanto mais os seus produtos se aproximam da propaganda política, mais se afastam da recriação artística da realidade, sem falseamentos e torções retóricas. Aliás, os nazistas adoravam o cinema, compreendido por eles como forma de educar as massas. De fato, o mesmo gênero presta-se a esclarecer ou a torcer o real, com interesses nem sempre confessáveis.

Luís Carlos Lopes é professor.